O que é antropologia?
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A antropologia situa-se no círculo das
denominadas ciências humanas e sociais.
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O surgimento das ciências humanas e sociais
processa-se em um contexto de transformações na civilização ocidental, no qual
adquiriam prestígio as explicações científicas sobre os fenômenos
da natureza.
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A humanidade constitui o objeto de conhecimento
da antropologia: seu interesse volta-se para a diversidade de formas
de cultura e sociedade.
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As investigações antropológicas
empenham-se em compreender o homem em suas múltiplas manifestações
socioculturais, isto é, as diferentes formas de sociedades humanas, com
seus hábitos, valores, tradições, símbolos, linguagens,
ritos e cultura.
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Michel de Montaigne (1533-1592): um dos
precursores da antropologia científica.
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Montaigne: constatação de que atribuímos
valor inferior ao que não nos é familiar; crítica ao etnocentrismo.
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Na história do pensamento antropológico,
desenvolvem-se perspectivas metodológicas e teóricas distintas e, em
alguns casos, opostas.
A primeira geração de antropólogos: a
concepção evolucionista.
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A primeira geração de antropólogos não se dedicou
sistematicamente a pesquisas de campo.
A concepção evolucionista
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Predomínio da noção evolucionista
entre os primeiros antropólogos: as teses de Lewis Morgan, Edward Tylor e James
Frazer têm como pressuposto uma humanidade que percorre um único caminho
cultural.
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Para o evolucionismo, as sociedades humanas
atravessam as mesmas etapas, sendo a moderna civilização ocidental o seu
patamar superior.
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Adotando como referência os aspectos
culturais da moderna civilização ocidental, a antropologia evolucionista
hierarquiza as sociedades humanas, considerando primitivas ou atrasadas
todas as formas de organização social distintas desse modelo ocidental.
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Lewis Morgan:
percurso evolutivo da humanidade: selvageria, barbárie e civilização.
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Edward Tylor: história
da humanidade compreendida como parte da história da natureza: pensamentos,
desejos e ações seguindo leis, assim como os fenômenos da natureza.
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James Frazer:
percurso humano composto pelos estágios mágico, religioso e científico.
Alteridade e etnocentrismo
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A noção de alteridade consiste na
relação do eu com o outro, isto é, diz respeito ao jogo identidade/diferença;
sistemas de alteridade articulam a oposição “nós”/ “eles” segundo uma gradação
da diferença.
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O olhar etnocêntrico situa a sociedade
do observador no centro do universo; os membros de uma sociedade tendem
a considerar como naturais e corretos os costumes, as regras, ao valores, as
práticas, enfim, a visão de mundo de sua sociedade.
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O olhar etnocêntrico situa a sociedade
do observador no centro do universo; os membros de uma sociedade tendem
a considerar como naturais e corretos os costumes, as regras, ao valores, as
práticas, enfim, a visão de mundo de sua sociedade.
O rompimento com o evolucionismo
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As crescentes críticas à teoria antropológica
evolucionista centram-se no etnocentrismo e na análise unicamente
diacrônica da cultura.
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Etnocentrismo: assentado na dicotomia
civilização/barbárie, elege a civilização ocidental como medida e modelo de
desenvolvimento a partir do qual todas as outras formas de sociedade devem ser
avaliadas.
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Análise diacrônica: fenômenos culturais
situados no eixo de uma história universal.
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Para as novas tendências antropológicas,
as outras culturas passam a interessar não mais como exemplares de uma etapa da
evolução social, mas sim como totalidades sociais próprias.
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Crítica à ausência de rigorosas pesquisas
etnográficas: condena-se a antropologia de gabinete dos evolucionistas.
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Pesquisa de campo delineada pela intensa
convivência do antropólogo com os nativos e pela preocupação de compreender
interiormente as relações socioculturais.
O método etnográfico
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Método etnográfico:
exige o convívio do pesquisador com a comunidade perscrutada, isto é,
ele deve interagir com as pessoas e procurar imergir no cotidiano do grupo
social.
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Define-se uma nova atitude com relação à
prática de investigação, fruto de uma preocupação com as condições de coleta do dado etnográfico, com a origem
dos relatos e com a construção da base empírica da reflexão antropológica.
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A ideia de pesquisa de campo implica
que o pesquisador se desloque para o lugar que lhe propiciará o contato
direto com seu objeto de estudo, permanecendo nele o intervalo de tempo
necessário para testemunhar os fatos que deseja interpretar ou analisar.
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