domingo, 21 de agosto de 2016

Antropologia Cultural


O que é antropologia?
         A antropologia situa-se no círculo das denominadas ciências humanas e sociais.
         O surgimento das ciências humanas e sociais processa-se em um contexto de transformações na civilização ocidental, no qual adquiriam prestígio as explicações científicas sobre os fenômenos da natureza.
         A humanidade constitui o objeto de conhecimento da antropologia: seu interesse volta-se para a diversidade de formas de cultura e sociedade.
         As investigações antropológicas empenham-se em compreender o homem em suas múltiplas manifestações socioculturais, isto é, as diferentes formas de sociedades humanas, com seus hábitos, valores, tradições, símbolos, linguagens, ritos e cultura.
         Michel de Montaigne (1533-1592): um dos precursores da antropologia científica.
         Montaigne: constatação de que atribuímos valor inferior ao que não nos é familiar; crítica ao etnocentrismo.
         Na história do pensamento antropológico, desenvolvem-se perspectivas metodológicas e teóricas distintas e, em alguns casos, opostas.

A primeira geração de antropólogos: a concepção evolucionista.
         A primeira geração de antropólogos não se dedicou sistematicamente a pesquisas de campo.

A concepção evolucionista
         Predomínio da noção evolucionista entre os primeiros antropólogos: as teses de Lewis Morgan, Edward Tylor e James Frazer têm como pressuposto uma humanidade que percorre um único caminho cultural.
         Para o evolucionismo, as sociedades humanas atravessam as mesmas etapas, sendo a moderna civilização ocidental o seu patamar superior.
         Adotando como referência os aspectos culturais da moderna civilização ocidental, a antropologia evolucionista hierarquiza as sociedades humanas, considerando primitivas ou atrasadas todas as formas de organização social distintas desse modelo ocidental.
         Lewis Morgan: percurso evolutivo da humanidade: selvageria, barbárie e civilização.
         Edward Tylor: história da humanidade compreendida como parte da história da natureza: pensamentos, desejos e ações seguindo leis, assim como os fenômenos da natureza.
         James Frazer: percurso humano composto pelos estágios mágico, religioso e científico.

Alteridade e etnocentrismo
         A noção de alteridade consiste na relação do eu com o outro, isto é, diz respeito ao jogo identidade/diferença; sistemas de alteridade articulam a oposição “nós”/ “eles” segundo uma gradação da diferença.
         O olhar etnocêntrico situa a sociedade do observador no centro do universo; os membros de uma sociedade tendem a considerar como naturais e corretos os costumes, as regras, ao valores, as práticas, enfim, a visão de mundo de sua sociedade.
         O olhar etnocêntrico situa a sociedade do observador no centro do universo; os membros de uma sociedade tendem a considerar como naturais e corretos os costumes, as regras, ao valores, as práticas, enfim, a visão de mundo de sua sociedade.

O rompimento com o evolucionismo
         As crescentes críticas à teoria antropológica evolucionista centram-se no etnocentrismo e na análise unicamente diacrônica da cultura.
         Etnocentrismo: assentado na dicotomia civilização/barbárie, elege a civilização ocidental como medida e modelo de desenvolvimento a partir do qual todas as outras formas de sociedade devem ser avaliadas.
         Análise diacrônica: fenômenos culturais situados no eixo de uma história universal.
         Para as novas tendências antropológicas, as outras culturas passam a interessar não mais como exemplares de uma etapa da evolução social, mas sim como totalidades sociais próprias.
         Crítica à ausência de rigorosas pesquisas etnográficas: condena-se a antropologia de gabinete dos evolucionistas.
         Pesquisa de campo delineada pela intensa convivência do antropólogo com os nativos e pela preocupação de compreender interiormente as relações socioculturais.

O método etnográfico
         Método etnográfico: exige o convívio do pesquisador com a comunidade perscrutada, isto é, ele deve interagir com as pessoas e procurar imergir no cotidiano do grupo social.
         Define-se uma nova atitude com relação à prática de investigação, fruto de uma preocupação com as condições  de coleta do dado etnográfico, com a origem dos relatos e com a construção da base empírica da reflexão antropológica.
         A ideia de pesquisa de campo implica que o pesquisador se desloque para o lugar que lhe propiciará o contato direto com seu objeto de estudo, permanecendo nele o intervalo de tempo necessário para testemunhar os fatos que deseja interpretar ou analisar.


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