terça-feira, 30 de maio de 2017

A linguagem

A linguagem pode ser entendida como a capacidade que todo ser humano tem de se comunicar, constituindo todo sistema de sinais ou signos convencionais que nos permite a comunicação. 

Os signos são os sinais que os seres humanos produzem quando se comunicam. Ao falar ou escrever, por exemplo, você está usando o signo linguístico. O signo representa algo que não está presente. Assim, os signos são usados para designar ou significar alguma coisa. Mais adiante, você aprenderá um pouco mais sobre as características do signo linguístico. 

A linguagem humana pode ser verbal e não verbal. A linguagem verbal se vale da palavra, seja escrita ou falada. A linguagem não verbal é aquela que utiliza um tipo de código diferente da palavra. É o caso das imagens, dos ícones, dos gestos, das cores, dos sons etc. 

Pode-se dizer que a língua (falada ou escrita) é uma linguagem humana específica, baseada na palavra. Dito de outra forma, a língua é a linguagem verbal. Assim, a língua é um tipo de linguagem humana. Por outro lado, é possível afirmar que a música, a pintura, a dança, o teatro, o cinema e outras expressões são um tipo de linguagem humana, por isso é possível se referir à linguagem musical, linguagem corporal, linguagem pictórica e por aí em diante. 

Ao se fazer a distinção entre linguagem verbal e não verbal, é preciso lembrar que a comunicação se dá por meio do uso dos dois tipos de linguagem. Ao falar com alguém ou discursar para determinado público, provavelmente, você fará uso da linguagem verbal (a fala) e também da linguagem não verbal (gestos, postura corporal, tom da voz, recursos visuais etc.). 

A linguagem, seja ela verbal ou não verbal, pode ser entendida como uma forma de expressar intenções sentimentos, intenções, vontades, ordens, pedidos etc. Essa expressão por meio da linguagem pode até não levar muito em conta o outro, ou seja, negligenciar o receptor ou interlocutor, já que é possível haver intenção e preocupação centradas apenas na expressão, na exteriorização de algo. Por isso, a linguagem também precisa ser entendida como um instrumento de comunicação. Isso quer dizer que a linguagem deve ser vista como um código que permite a comunicação, o diálogo, com a participação de emissor e receptor. É possível, porém, avançar um pouco mais na compreensão da linguagem e perceber que ela é mais do que tradução e exteriorização do pensamento e, também, vai além da transmissão de informação ou da comunicação.

Ao usar a linguagem, o indivíduo é um sujeito que realiza ações, age, atua sobre o interlocutor. A linguagem é um “lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico” (TRAVAGLIA, 2003, p. 23). A linguagem, desse modo, é uma experiência de interação social. Nesse caso, ganha importância quem fala ou escreve; para quem se está escrevendo; de que modo o texto foi escrito; quais as intenções do autor do texto; de que forma o leitor interpretará o que está escrito; que consequências o texto pode trazer etc.

Tratando especificamente da linguagem verbal, a própria língua, é preciso destacar que um importante linguista, Ferdinand Saussure (1969, p. 24), afirmou que a língua é um sistema de signos que exprimem ideias. Lembrando o que foi dito anteriormente, o signo está relacionado com o fato de alguma coisa estar no lugar de outra, ou seja, uma coisa substitui outra no processo comunicativo, desencadeando a ideia de representação. Assim, quando eu digo “Fogo!”, não vou literalmente me queimar por ter essa palavra em meus lábios, nem sentirei algum ardor físico em minha língua por pronunciar esse vocábulo. A palavra “fogo” representa algo, refere-se a determinado elemento que nós denominamos, na língua portuguesa, como “fogo”. 

Desse modo, os signos são artificiais porque são elaborados especialmente para a comunicação e são representativos porque substituem o “objeto a conhecer apresentando-o aos indivíduos” (BORBA, 1998, p. 18). 

Para Saussure, o signo linguístico é composto de dois elementos ou uma dupla face: significante e significado. Saussure chamou de significante a parte sensível, concreta e material do signo linguístico e denominou de significado a parte imaterial e não sensível do signo linguístico. Assim, o signo linguístico transmite uma informação valendo-se de uma parte material, sensível e perceptível associada a outra parte imaterial e inteligível. 

Pode-se dizer, então, que “o signo linguístico é uma unidade constituída pela união de um conteúdo com uma expressão (os sons) que o veicula. A essa expressão chama-se significante; ao conteúdo, significado”.  Ao se unir um significante a um significado, tem-se um signo denotado (denotação); quando se junta a esse primeiro significado um segundo sentido ou significado, tem-se um signo conotado (conotação) (PLATÃO & FIORIN, 2003, p. 157). 

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