segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Humanismo Cristão de Jacques Maritain

Maritain nasceu em 18 de novembro de 1882 em Paris  e faleceu em 28 de abril de 1973 em
Toulouse. Sua família era de origem protestante, mas em 1906 converteu-se ao catolicismo.

Em 1905, se formou em filosofia pela na Universidade de Paris. Entre os anos de 1906-1908 cursou biologia na Universidade de Heidelberg, Alemanha. Mas foi no Collége de France que conheceu Henri Bergson, professor cuja influência marcou o início de seu pensamento filosófico. Sob a influência de Spinoza e Driesch desenvolveu a sua formação católica,  Maritain dedicou-se a estudar a filosofia de São Tomás de Aquino tornando-se, assim, o principal representante do neotomismo.

Autor de mais de sessenta livros, ele buscava analisar a sociedade moderna, sempre questionando sua cultura e sua condição moral, política e religiosa. Destas análises se originou a teoria do Humanismo Integral que está pautada em cinco pontos:
O primado da pessoa sobre as coisas (numa crítica à mercantilização da vida realizada pelo capitalismo) e sobre os processos sociais (crítica à filosofia da história marxista). O bem comum não se confunde com uma situação de equilíbrio entre os interesses individuais (como supõem a filosofia política liberal) nem pode ser construído em oposição ao bem pessoal (como supõem o coletivismo socialista). b. A pessoa é uma totalidade que não pode ser reduzida às suas várias dimensões (econômica, cultural, social, etc.). Entre estas dimensões, se sobressai a religiosa, pois a vida humana é forçosamente relação com o Mistério, e o coração do homem não se satisfaz enquanto não descansa em Deus, como lembrava Santo Agostinho. c. O objetivo último de todas as ações que acontecem na vida social é a construção do bem comum, que coincide com a plena realização de cada pessoa. d. A dimensão ética, enquanto manifestação da liberdade da pessoa, está presente em todas as esferas da vida (pessoal, econômica, política) e é necessária para a construção do bem comum. Portanto, não se pode pensar em progresso, desenvolvimento ou justiça social sem uma atenção particular para com a ética pessoal. e. O Estado não deve ser o grande protagonista das ações na vida social e na construção do bem comum. Este protagonismo cabe às pessoas e suas organizações. Ao Estado cabe garantir a possibilidade de realização destas ações, numa postura subsidiária. (RIBEIRO NETO, 2012 s.p).

Desta forma, sob a influência tomista, o Humanismo de Maritain, segundo Queiroz (s,d) tem os seus preceitos baseados nos princípios cristãos e no bem comum. O Estado é apenas uma ferramenta para o homem satisfazer suas necessidades coletivas. Cabe ao Estado promover o bem estar e a ordem pública, a fim de promover o bem comum que satisfará as necessidades coletivas. Mas nunca o Estado deve ser superior ao ser humano. Segundo Zilles (1987, p.32), Maritain uniu “a razão filosófica à fé cristã e a especulação teológica com vistas a um humanismo integral”. Seu humanismo integral inclui valores espirituais do cristianismo e queria abranger todos os valores humanos.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre os ideiais humanitários de Jacques Maritain, visitem o site Instituto Maritian do Brasil http://www.maritain.org.br/. Nele vocês encontrarão obras do autor, biografias e documentos pessoais, além de artigos de outros autores que compartilham estes ideias.

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